sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Cobertura Desabafo Social: Redução de Fatores de Risco é temática debatida de forma dinâmica durante o curso

No dia 17/09 a antropóloga, professora da Universidade de Brasília (UNB), pesquisadora do instituto de estudos comparados em administração institucional de conflitos (INCT/InEAC), Haydée Caruso, conduziu uma aula sobre a redução dos fatores de risco durante o Curso de Convivência e Segurança Cidadã que está sendo realizado em Salvador”. A professora discutiu sobre a importância dos conflitos na construção da ordem pública democrática, enfatizando seu caráter divergente e diverso como motivador da dinâmica pública, sendo essa, um processo de socialização onde pessoas que possuem diferentes interesses convergentes ou não, fazem valer seus direitos através da união em prol de um objetivo em comum.

Seguindo este caminho, a professora demonstrou como os conflitos podem afetar ou ajudar os sujeitos no cotidiano a favor da construção de uma realidade melhor e destacou a questão da juventude. "Os jovens são os mais abalados pela criminalidade e violência, pois a sociedade tende a negar e abafar seus problemas ao invés de reconhecê-los e tomar uma atitude preventiva para evitá-los", destacou Haydée. Neste sentido, a professora apresentou duas ideias para a prevenção de conflitos: prevenção social e prevenção situacional. A primeira etapa da prevenção social seria responsável pela criação de projetos e programas do governo a nível nacional que fossem voltados exclusivamente para as causas conflituais – a professora destaca na palestra esse detalhe da exclusividade, pois hoje existem muitos programas, por exemplo, direcionados a cultura como escolas de futebol e cursos variados que são tidos como formas de prevenção a violência, sendo que os mesmos não trabalham diretamente a questão violência de fato.

A segunda etapa seria a criação de ações voltadas para aqueles que estão propensos à violência, ou seja, os que estão na fronteira entre o agir e o não agir violentamente, e a terceira etapa seria pensar a ressocialização e a reintegração dos que já cometeram alguma infração. A prevenção situacional se dirige para a redução dos fatores de risco que levam a violência aos ambientes sociais, como por exemplo, replanejamento e melhoria de espaços mal iluminados, de lugares onde já exista alguma atividade ilegal como prostituição, conjuntos habitacionais isolados ou degradados, entre outros.

Sem deixar o jovem de lado, a professora também apresentou um trecho da série “nota 10, segurança pública”, o qual mostrava a convivência entre jovens e policiais nas favelas do Rio de Janeiro, assim como também, do outro lado, apresentava jovens militares e o que eles almejavam na profissão. O que deixou claro que, apesar da relação conflituosa entre jovens e policiais ambos buscam o respeito e a confiança mútua para uma convivência harmônica. Para finalizar a palestra, a professora realizou uma atividade dinâmica em que os participantes fizeram um mapa social de uma cidade fictícia, a qual tinha que conter os lugares mais importantes da comunidade, os lugares de formação, de perigo e os fatores de risco que levaram a causa da criminalidade na cidade sem deixar de abordar os temas tratados anteriormente.

A partir do exercício, a professora destacou pontos importantes como a relação entre policia e sociedade e trouxe ao público novas formas de pensar a prevenção dos problemas, mostrando como podemos prevenir os fatores de risco se atitudes, às vezes, pequenas forem tomadas, isso tudo, sem esquecer os jovens e adolescentes que infelizmente são as maiores vítimas dos conflitos e da violência. 

Texto e fotos: Camila Cidreira


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